DR. LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
Caríssimos
Teremos hoje, as 10 horas, reunião com o IPHAN, para algumas definições quanto a Vila Velha de Vinhais. Portaria publicada ontem no DOU manda efetuar vistorias em diversas áreas, incluindo-se a Viva Velha de Vinhais, por onde passará a Via Expressa, e adequação do relatório da empresa contratada pelo Estado sobre a existência de objetos arqueológicos no local.
Assim, iremos apresentar o requerimento abaixo, o qual solicitamos, encarecidamente que TODOS ASSINEM, A FIM DE QUE GARANTAMOS a sobrevivência do modo de vida daquela comunidade. nossa vizinha e a que pertencemos.
As pessoas listadas, pedimos urgência em assinar o documento ao IPHAN. Estaremos a partir das 9 horas de hoje na Igreja, aguardando as assinaturas.
Por favor, compareçam e levem mais cinco vizinhos, cada um, para que assinem esse nosso abaixo-assinado...
Leopoldo Gil Dulcio Vaz
ABAIXO-ASSINADO
“Qualquer pessoa natural ou jurídica é parte legítima para requerer a instauração de processo administrativo visando a chancela de Paisagem Cultural Brasileira”
São Luis, 15 de fevereiro de 2012
À Senhora
Kátia Santos Bogéa
Superintendente do IPHAN no Maranhão
Endereço: Rua do Giz, 235 - Centro
CEP: 65.010-680 – São Luís-MA
Telefone: (98) 3231-1388
e-mail: iphan-ma@iphan.gov.br
Senhora Superintendente
Nós, o Povo, residentes na VILA VELHA DE VINHAIS, também conhecida como VINHAIS VELHO, e das demais COMUNIDADES existentes no seu entorno, com base na PORTARIA no. 127/IPHAN, de 30 de abril de 2009, publicada no DOU 83, terça-feira, 05 de maio de 2009, seção 1, p. 12, em seu parágrafo 6º.
“Qualquer pessoa natural ou jurídica é parte legítima para requerer a instauração de processo administrativo visando a chancela de Paisagem Cultural Brasileira”
VIMOS REQUERER QUE SEJA INSTAURADO PROCESSO ADMINISTRATIVO VISANDO a CHANCELA DE PAISAGEM CULTURAL BRASILEIRA à referida VILA VELHA DE VINHAIS.
Os abaixo-assinados, representando as Comunidades requerentes, se comprometem a, em tempo hábil apresentar as justificativas e documentos necessários para tal tombamento, conforme inscritos na Legislação vigente.
Vimos, ainda, solicitar de Vossa Excelência sejam designados técnicos do IPHAN para, junto à nossa população da Vila Velha de Vinhais e demais comunidades de seu entorno, preparar a documentação necessária para o referido tombamento.
Como é de seu conhecimento, a Vila do Vinhais Velho, como é conhecida hoje, se constitui núcleo residencial de índios e brancos desde tempos imemoriais, e precisa preservar sua memória. Assim como é de seu conhecimento que a população do entorno da Igreja de São João Batista, com a proficiente orientação de Vossa Excelência e seus técnicos, vêm mantendo a memória desta comunidade e de seu Patrimônio Histórico vivo, inclusive com a recuperação física da referida Igreja de São João Batista, Pedem, em nome das Comunidades do entorno da Igreja de São João Batista do Vinhais Velho, neste ano de comemoração dos 400 anos.
Senhora Superintendente,
A História, e nosso Patrimônio, não poderão subsistir sem a interferência institucional do IPHAN e sua, em particular.
ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DO VINHAIS VELHO
PRESIDENTE
ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES DO RECANTO VINHAIS
PRESIDENTE
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
VICE-PRESIDENTE
Morador do Recanto Vinhais
Membro da Comissão de Comemoração dos 400 anos de São Luis, do IHGM
Membro da Comissão de Comemoração dos 400 anos da Vila de Vinhais
COMISSÃO DAS COMEMORAÇÕES DOS 400 ANOS DA VILA DE VINHAIS VELHO E SUA IGREJA DE SÃO JOÃO BATISTA
LUIZ ROBERTO M. DE ARAUJO
FRANCINALDA ARAGÃO LIMA
DELZUITE DANTAS BRITO VAZ
COMITÊ DOS AMIGOS DO VINHAIS VELHO
OLEGÁRIO BATISTA RIBEIRO
ADEMIR BATISTA RIBEIRO DE ASSUNÇÃO
JOEIDE PRESTANA BURGOS
CARLOS MAGNO SANTOS JACINTO PENHA
MARIA JOSÉ ALVES
DOMINGOS FRANCISCO DUTRA FIHO
Deputado Federal
NEUSILENE NÚBIA FEITOSA DUTRA
MORADORES DA VILA DE VINHAIS VELHO E COMUNIDADES DO SEU ENTORNO
NOME CPF ASSINATURA
A LINDA MATA DA VILA JÁ SE DESCARACTERIZANDO
A MÁQUINA VORAZ, IMPIEDOSA
AS MÁQUINAS PISANDO E DESTRUINDO A HISTÓRIA
A polêmica em torno da construção da Via Expressa continua a render alguns frutos. A estrada que interligará os nossos shopping-centers - São Luis/Jaracaty ao novel da Ilha e prolongando em sentido oposto, Tropical/Monumental (a Trans-Shopping) - agora considera uma rodovia MA, dando ao Governo do Estado elementos para rebater algumas questões levantadas pelo Governo Municipal, quanto à adequação e pertinência de sua construção.
Passando por áreas consideradas de preservação - APA, como no caso do Sítio Santa Eulália - e áreas de mangue, de mananciais, de olhos d´água, e sítios históricos. O traçado original passaria perigosamente pelas portas da quatro-centenária Igreja de São João Batista de Vinhais e seu entorno, tombado pelo Patrimônio Histórico estadual, o que poderia provocar sua queda; algumas casas, de antigos moradores - alguns com gerações de ocupação daquelas terras -, estavam sendo desrespeitadas, por ações esdruxulas, de indenizações que os jogariam no grupo dos sem-teto, tal o valor arbitrado pela Caixa Econômica Federal, de indenizar apenas as benfeitorias, constituídas de casas de barro, cobertas de telhas, antiga tradição de edificar casas nesta cidade e estado. Seus habitantes, mormente as novas tecnologias de construção civil disponíveis, preferiam manter a tradição de casa de taipa, mais por questões financeiras, do que por comodidade… dai os baixos valores oferecidos… desconsiderando o valor das terras, aí sim, em terras de marinha, portanto pertencentes ao Estado… apenas nesse caso, assim consideradas, mas não para a passagem da via…
Durante reunião acontecida na ultima sexta-feira, do grupo de moradores atingidos pelas desapropriações - que pelos boatos e conversas entre seus habitantes, não se sabe ao certo quem ou por onde passará a construção, pois as informações são as mais desencontradas e, a cada movimento do jogo de xadrez que se está jogando entre o Governo do Estado sua face visível é o Secretário Max Barros - e o grupo de politicos de oposição - liderados pelo Deputado Dutra - com total omissão de órgãos que deveriam cuidar de nosso patrimônio cultural e histórico, ora vai por aqui,ora por ali, e a cada nova investida dos agentes estatais uma reação, via judiciário, com mandados de segurança, para impedir essas ações, o tempo passa e a insatisfação e incertezas só fazem aumentar o panico que se instalou naquela comunidade…
Recebe-se visitas de “engenheiros” que comunicam que a residencia deve ser desocupada em prazo de trinta dias, pois as máquinas já avançam nos fundos dos quintais, sem que nenhum documento oficial chegue às mãos dos moradores; nem as intimações - apenas as intimidações – comunicando a desapropriação da área, e o atraso para desocupação e em consequencia, o pagamento da indenização ofertada, como favor, naquelas condições já mencionadas - apenas benfeitorias -; prazos para contestações estão sendo atropelados, embora algumas vitorias (de Pirro…) venham acontecendo, mas as máquinas avançam…
Publiquei, logo ai acima, a descoberta de objetos usados pelos ancestrais dos moradores; machado de pedra, objeto arqueológico que as supostas equipes contratadas para verificar a existência de sitios não encontraram vestigios e que agora aparecem, em escavações rasas…
A Professora-Doutora em História Antônia Mota, moradora da área, após as discussões que começaram desde maio do ano passado, resolveu colaborar e fazer as suas pesquisas, contribuindo com o desvendar da História da Vila Velha de Vinhais, e de sua Igreja de São João Batista.
É de conhecimento público que desde 1985 eu e minha mulher, a Professora Delzuite Dantas Brito Vaz - Liceu Maranhense - vimos construindo uma historia da Vila Velha de Vinhais e seu entorno, com elementos descobertos ao longo destes anos todos; agora, contamos com a colaboração do Sócio do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, turismólogo Antonio Noberto - a ‘descoberta’ da existência de uma MiganVille deve-se a ele -, e com grande satisfação a professora. Antônia se junta a nós outros, com suas pesquisas.
A seguir, transcrevo mensagem eletrônica que postou em nosso grupo de discussão Vinhais Velho - (vinhais-velho@googlegroups.com) - reforçando os argumentos que se tem usado, para a preservação do modus vivendi daquela bucólica localidade.
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