sábado, 22 de fevereiro de 2014

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

CONCEIÇÃO FLORES (PORTUGAL) E CONCEIÇÃO MACIEL (BRASIL)) - DUELO DE TITÃS.

CONCEIÇÃO FLORES E CONCEIÇÃO MACIEL





  • UMA É PROFESSORA UNIVERSITÁRIA EM BUSCA, ATUALMENTE, EM SUA EXTENSA PESQUISA, DOS ESCRITORES DO RN. A OUTRA É PRESIDENTE DA AFLAM - ACADEMIA FEMININA MOSSOROENSE DE LETRAS E ARTES.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

CAMPO MINADO - POR VALÉRIO MESQUITA.


 O processo político sucessório estadual está com o meio de campo embolado. Quem disse que política é circunstância foi contraditado. Os memorialistas e imortais Ticiano Duarte e João Batista Machado já analisaram o atual cenário confrontando as alianças partidárias de noivado e casamento dos idos de mil novecentos e cinquenta com os de hoje. No momento em que a “modernidade” gerencial baixou no terreiro, a desnecessidade do perfil do líder carismático para ser governador e/ou senador, evidenciou o óbito dos manequins de antigamente: carisma, popularidade e densidade eleitoral. O preenchimento das chapas deve ser casada no civil e na polícia. Província e Planalto tem que dormir no mesmo leito. É a teoria da sustentabilidade, a mesma que alimentou o mensalão. Qual o líder partidário potiguar que não carrega no colo uma bomba de efeito retardado? O PMDB, se apoiar o PSB para o senado perde o apoio do PT, e para a reeleição da presidência da Câmara Federal. O PSB para o senado se unindo ao PMDB no Rio Grande do Norte não pode aceitar no palanque o senhor Eduardo Campos porque o palco é de Dilma Rousseff. O DEM se apoiar o PMDB para o governo do estado, fica impedido de subir à ribalta porque Dilma manda descer. O PT se conseguir emplacar a disputa para o senado com o apoio do PMDB, não atrairá o concurso do PSB nem do DEM. O PSD, com a estratégia de que “na natureza nada se perde, tudo se transforma”, coloca-se como o partido da esquina mais próxima, tanto para o governo, que já tem inquilino, como para o senado cuja cadeira continua vazia à espera de uma parceria. Podem parecer surrealistas as minhas palavras mas os fatos são verdadeiros e não destoam da matéria. Às margens esquerda e direita desse mar morto, correm os prós e os contras. Bandeirantes ocasionais, sereias furtivas e estivais, à espera do último milagre. Eles não pisam em campo minado. A leveza não o permite porque o fardo é de plumas e paetês. Quando noventa por cento do legislativo, rompe com o governo, é porque este último é mesmo complexo e confuso. Contudo, é indispensável dizer que existe uma multidão silenciosa que já não obedece como dantes, a voz dos políticos, por está cansada de tanto ver triunfar as nulidades, a insegurança, a falta de hospitais, a corrupção e a impunidade. De todos as minas que estão no campo sucessório potiguar, a do povo é a de maior teor explosivo. Porque não é vista. Mas existe. Está na hora de um novíssimo testamento.


Mesquita.valerio@gmail.com

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

KEYNES, KALECKI E O UNIVERSO CAPITALISTA - POR TOMISLAV R. FEMINICK.


 Os acontecimentos sociopolíticos dos anos 1920/1930 construíram um palco onde se defrontavam as duas principais teorias econômicas que tratam da presença do Estado na economia. Nos países que aplicavam o conceito do “Estado mínimo”, associado à doutrina do laissez-faire, viram aparecer os oligopólios, monopólios e o lado mais desumano do capitalismo primitivo: o capitalismo selvagem. Na União Soviética, onde se instalava a “ditadura do proletariado” e o conceito socialista do “Estado máximo”, se registrava um significativo aumento da produção industrial, não obstante a burocracia, a ineficiência administrativa e a preponderância da vontade pessoal dos líderes partidários. Completava o cenário a grande crise provocada pela quebra da Bolsa de New York em 1929, que gerou um grave desequilíbrio conjuntural nos Estados Unidos, que logo se irradiou pela economia mundial, inclusive a soviética. Nesse contexto despontaram dois nomes no estudo do universo capitalista: o inglês John Maynard Keynes e o polonês Michael Kalecki. Contemporâneos, eles desenvolveram teorias parecidas, porém com enfoques opostos. Coincidiram somente quando aos fatores determinantes do nível de renda, eficiência marginal do capital, multiplicador econômico, preços e taxas de salário, fatores psicológicos e variação de consumo etc. A obra do Lorde Keynes possui conotações e características liberais, aceitando a intervenção do governo somente como forma de suplementar a insuficiência da demanda do setor privado e rejeitando a propriedade coletiva dos meios de produção. Suas objeções ao capitalismo selvagem tiveram origem em motivos morais e estéticos, o que não o tomava um socialista. Durante algum tempo, Kalecki foi tido apenas como mais um economista keynesiano, porém com um embasamento teórico-econômico totalmente marxista, pois que estudara quase que somente a economia marxista, notadamente Tugan-Baranovski e Rosa Luxemburg (temas de seu livro “Crescimento e ciclo capitalista”, Hucitec, 1977). Apesar de suas claras oposições em relação ao capitalismo e de seus atritos com a conduta capitalista quando trabalhava na ONU, Kalecki foi acusado de “não marxista, de orientar seus colegas e colaboradores para posições antimarxistas”, isto talvez por causa do seu rigor científico, em contraposição ao dogmatismo do marxismo ortodoxo. O maior divisor entre as posições de Kalecki e Keynes situa-se no objetivo com que ambos se propuseram a estudar as crises do capitalismo. Enquanto Keynes estava pesquisando as causas das crises, objetivando salvar o capitalismo das suas contradições e imperfeições, Kalecki tinha por escopo evidenciar as possíveis causas do seu hipotético colapso. Keynes dizia que o conhecimento das leis economias que regulam o capitalismo faria com que as pessoas tenderiam a ser mais responsáveis a respeito das decisões econômicas, o que traria mais prosperidade e felicidade para todos, tornando o mundo um lugar melhor para se viver. Kalecki pensava que só o Governo pode forçar condições econômicas ideais, principalmente nas épocas de baixa do ciclo econômico. Há que se ressaltar a própria opinião de Kalecki sobre suas ideias. Perguntado se suas opiniões não iriam afrontar os teóricos socialistas, ele respondeu que sua preocupação era fazer ciência e não criar dogmas. Em 1968 o governo da Polônia, controlado pelos soviéticos, afastou Kalecki de todos os cargos público. Keynes e Kalecki, cada um a seu modo, criaram instrumentos para que o capitalismo ultrapassasse a crise de 1929 e, também, a de 2007/2008. 

Tribuna do Norte. Natal, 09 fev. 2014.

(*) Mestre em Economia e Contador