terça-feira, 8 de novembro de 2011

ÀS 13:30 SAIO PARA O VALE VERDE, CENÁRIO DE MINHA INFÂNCIA, A CIDADE QUE MONTEIRO LOBATO NÃO CONHECEU PARA ESCREVER SUA MAIS BELA HISTÓRIA!


Trago comigo um eterno sentimento de amor ao passado, à vida boa e mansa, no vale verde minha infância de felicidade.
O amanhecer no vale tinha algo de especial: o cheiro das flores nos canteiros da Rua Grande, os casarões, as casas e pessoas simples, os vendedores ambulantes gritando seus produtos, a feira de cada sábado, o trem Buá ( Catita) passando veloz, imponente!
Ceará-Mirim com o dobre dos sinos anunciando a Missa das seis da manhã e despertando os pássaros dos galhos das árvores, voando e fazendo acrobacias pelo ar.
Ceará-Mirim: um sortilégio de amor- com seus rios e olheiros, seus canaviais, os engenhos de antigamente apitando o início da moagem,
o cheiro do melaço exalando dos bueiros, os cambiteiros com os jumentos carregados de canas em seus rudimentares cestos, os carros de bois e tantos outros componentes do cenário bucólico da minha terra feiticeira e alvissareira.
Eu sempre volto ao vale com essa emoção: a de ver de novo aquele cenário quase o mesmo, cuidando abrir estradas que me levam a uma paisagem dileta e cada vez mais renovada de um mundo encantado, regido pela batuta de grandes maestros: Madalena Antunes, Juvenal Antunes, Nilo Pereira, Edgar Barbosa, Percílio Alves, Abel e Ruy Antunes Pereira, Riquette Pereira, Piô e Maroca, Chiquinha, Bililiu e Elvirinha, Quincas e Lebre, todos eles já adormecidos num mundo diferente do vale verde, mas, com seus azuis, seus anjos e belos jardins.
São 12:17, interrompo para tomar banho, almoçar e trocar de roupa para a reunião extraordinária da Academia Cearamirinense de Letras e Artes, na Câmara Municipal de C.Mirim, convocada pelo Dr. Pedro simões Neto - Presidente. É assim que vou voltando ao vale verde, do qual sou eternamente enamorada.

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