quarta-feira, 16 de maio de 2012

FALECEU ONTEM, 15-05-2012, UM DOS MAIS CELEBRADOS ESCRITORES MEXICANOS: CARLOS FUENTES.


BANDEIRA DO MÉXICO E DO PANAMÁ

CARLOS FUENTES

Faleceu ontem (15-05-2012) o escritor mexicano Carlos Fuentes, ganhador do Prêmio Cervantes, o mais importante da literatura espanhola. Ele morreu nesta terça-feira, aos 83 anos, na Cidade do México

Tornou-se um dos maiores destaques da literatura latino-americana, desde que publicou o celebrado "A região mais transparente" (1958).
Fuentes recebeu os mais importantes prêmios literários em espanhol e seu nome foi cogitado, ano após ano, para ganhar o prêmio Nobel em suas quatro décadas de atividades literárias.

Teve como última honraria o doutorado Honoris Causa da Universidade das Ilhas Baleares, na Espanha, anunciado na segunda-feira.
Filho de um diplomata mexicano, Fuentes nasceu no Panamá, em 11 de novembro de 1928 e viveu seus primeiros anos em Quito, Montevidéu e inclusive no Rio de Janeiro, até se estabelecer, durante sua educação primária, nos Estados Unidos, alternando-a com férias no México, onde, incentivado pelo pai, fortaleceu o espanhol e a defesa de suas raízes mexicanas.

Escritor e diplomata, ex-embaixador na França, Fuentes explicou em 2009, no Salão do Livro de Paris que a decisão de escrever em espanhol se deveu a que há "coisas que só podiam ser ditas em espanhol. Havia uma espécie de terra virgem para o escritor".
Entre suas obras mais reconhecidas estão "A Morte de Artêmio Cruz" (1962), "Aura" (1962), "Terra Nostra" (1975) e "Gringo Velho" (1985).
Fuentes deixa mulher, a jornalista mexicana Silvia Lemús, sua segunda esposa, com quem se casou em 1970. Da união nasceram Carlos Rafael, que sofria de hemofilia e morreu em 1999 aos 25 anos, e Natasha, que morreu anos depois, aos 32, de causas desconhecidas.
As demonstrações de respeito se sucederam após o anúncio de sua morte.

O escritor mexicano Xavier Velasco, ganhador do prêmio Alfaguara 2003, lembrou do escritor em entrevista à Milenio Televisión.
"Era muito entusiasmado e muito generoso, não haverá mais intelectuais como Carlos Fuentes. Acredito firmemente que é o maior romancista que o México deu e tinha, também, o melhor senso de humor", disse.

"Terei sempre diante de mim o sorriso de Carlos Fuentes, e penso que justo agora está rindo de nós", acrescentou.
Ao falar do escritor na mesma emissora, Héctor Aguilar Camín, autor de romances como "México - A Cinza e a Semente" (2002), disse que Fuentes "inventou a noção do escritor profissional, do escritor que pode viver só de ser escritor".

"A cordialidade de Fuentes, a suavidade extraordinária de sua conversa às vezes fazia com que se esquecesse que se estava com um dos maiores personagens da literatura universal", destacou.
Em 2008, ao completar 80 anos, o governo mexicano organizou para o autor uma festa nacional, no qual ele comentou sua relação com a escrita.

"Deve-se ter muito medo de escrever. Não é um ato natural como comer ou fazer amor, é de certa forma, um ato contra a natureza. É dizer à natureza que não se basta a si própria, que precisa de outra realidade, da imaginação literária", disse.
jg/lp/ad/mvv/dm

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