BERNARDO CELESTINO PIMENTEL
"Eu também fui criança, também tive Nova cruz, também tinha uma igreja matriz, tinha uma Nossa senhora e tinha um vizinho pobre, que me recebia como se eu fosse um Rei.
Eu tinha um rio, tinha amigos e tinha esperança...
Eu era um menino inteligente e feliz na minha cidade de interior, tinha a casa de seu Sebastião Menezes, funcionário público municipal, que colocava na prateleira da cozinha, vidros cheios de UVAS e JABOTICABAS, para que eu pudesse degustá-las com prazer. O velho esboçava no semblante, na face, o riso e a satisfação que o doce das frutas e o prazer, confortavam a minha alma, alimentavam a minha infância.
A Casa de Dona Júlia Meneses era humilde, mas alegre! Tinha a amizade, tinha o respeito e a consideração, que nem sempre se encontra nos vizinhos de hoje. Um dia eu vou perguntar ao adivinhão, na rua do advinhão, aonde está aquele povo bom da minha infância? Infância de menino rico criado no meio de cabeceiros, ferroviários, mendigos, admirando-os e amando-os, aprendendo com eles o que nem a faculdade me ensinou! Palpar a essência boa das pessoas, a simplicidade! Compreender e respeitar a vida de cada um, ser solidário, não pensar somente em mim...
Vou procurar na rua da matriz, na rua do grupo, uma parte dos meus sonhos, que deixei cair na minha trajetória. Provavelmente um neto o um sobrinho neto, colherá essas sementes de sonhos e a transformarão em realidades, e surgirão outros jardins, que reproduzirão na margem direita do Rio Curimataú, outra porção dos desejos da criança que eu fui e sou.
Nesta sagrada terra dormem os meus pais e os meus avós, dos quais, eu já colhi na infância alguns sonhos, e estou vivendo-os. É assim, é a vida, a vida feliz do homem, que ao chegar na idade adulta, tem saudade e se lembra do cheiro das suas fraldas, se lembra da criança que foi, da sua igreja, dos seus anjos e santos.
Realmente, fui apresentado a Deus e as coisas boas, em casa, por meu pai e minha mãe, mas o colégio N. Sra. do Carmo, na pessoa de Irmã Luisa, foi muito importante na manutenção eterna dessa vida de fé! Aos quatro anos, ajoelhei-me na Igreja Matriz de Nova Cruz e pedí a Deus para ser um instrumento da sua paz, como mandara irmã Luiza. Pedido que ainda faço diariamente, e até aqui, DEUS NUNCA NOS FALTOU: EBENEZER.
Ebenezer, é uma palavra em Aramaico, o idioma de Jesus, que quer dizer: ATÉ AQUI O SENHOR NOS TEM AJUDADO, OU, O SENHOR NUNCA NOS FALTOU, eu estou com Deus e não abro. Quem quiser que vá de qualquer jeito, eu só vou com Deus.
EBENEZER! EBENEZER! EBENEZER.
Salve as emoções, que impedem que a mente apodreça num coração sem alma! Salve o prazer que ajuda a limpar-nos da angústia que suja o mundo!
Ratifico: quem tiver coração de ferro, que dele faça bom proveito!
o MEU é de Carne e SANGRA TODO DIA! O meu é de saudades e toda dia escuta gente! O meu é de solidadriedade e toca de leve, para não ferir tocando. O meu é Humano e todo dia estende a mão e suplica, compreende e abraça....e quando pode chora.
Quer saber de uma coisa? Eu sou de todo mundo, e todo mundo é meu também.
DR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL
SÓ DEUS É SUFICIENTE
SÓ DEUS É SUFICIENTE
SÓ DEUS É SUFICIENTE"
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