CÔNSUL POETA DEL MUNDO DE LISBOA
CARLOS MORAIS DOS SANTOS
TER VIDA E NÃO IDADE
Julgo que esta "filosofia" de vida - “Ter vida e não idade” - é tão importante para os jovens que começam a dar pela passagem do tempo, como para aqueles "jovens há mais tempo", que procuram viver cada pedaço do tempo real - que é a vida de cada momento do presente – com o espírito de que a vida, em cada novo dia, é sempre nova, e deve ser vivida como um novo amor, uma nova esperança, um novo contentamento, um novo encantamento, uma possibilidade de aprendizagem, de partilha, de renovação !
Por isso, embora nem sempre o consigam, qualquer que seja o sofrimento que os atinja, acompanha-os a esperança de renovação para fazerem de cada novo dia, de cada momento presente, uma nova vivência de amor à vida. E só ama a vida quem é capaz de amar o outro como a si próprio… e, assim, de renovar o próprio amor !
Para mim, é tão belo, esplendoroso e colorido o nascer do sol, como é o pôr-do-sol.
É por isso que uma fotografia de um ou de outro momento se assemelham!
Eu quero continuar a abraçar a vida como um “Arco-Íris” abraçar o horizonte em todas as luminosas cores!
Mas tal como o Arco-Íris se oferece a todos que o queiram contemplar e com esses partilha o seu esplendor, sempre vivo, sempre novo, eu quero alargar o meu horizonte e sentir mais a beleza das cores de um Arco-Íris de vivências partilhadas se unindo, misturando !
Há tanta vida no contentamento, como há no sofrimento, mas, para algumas pessoas, há tanta negação de viver amando, num caso como no outro. Para algumas dessas pessoas que julgam ter algum contentamento, esse aparente “bem-estar” e o amor que julgam sentir, é só egocêntrico, é só deles para eles, não partilham, nada dão, só se comprazem em receber.
Eu teria um “contentamento descontente” e um sofrimento mais sofrido se, apenas, contasse a minha idade, contasse o tempo, e não a vida, porque a vida não existe no singular - viver é partilhar. Nesse caso, lamentaria tanto não ter mais os contentamentos (egocêntricos, egoístas) do passado, quanto os sofrimentos de um presente. Casos há de quem vive descontente no presente, tanto pelos contentamentos, como pelos sofrimentos. São os “descontentes de contentes” e os sofridos para além do sofrimento.
Por isso, para esses, não há vida, há só tempo, lamento, desgastando o tempo - passado, presente e até futuro. Essas pessoas sim, só vão tendo idade, mas não vida!
Eu não tenho idade, vou tendo vida !
PESSOAS SEM ABRIL
Já a minha débil pessoa declinando vai
Mas com Pessoa hei-de permanecer
Até ao último sopro, meu derradeiro Ai
Respirarei Pessoa até me desvanecer
Ele me eleva como pessoa, é meu alimento
Dele, como e bebo palavras, essência do SER
Com ele aprendi a sublimar o sofrimento
Que a mediocridade arrogante pode fazer
De meus devaneios, sonhos e vãs esperanças
Do meu acreditar nos homens e sua redenção
Ficaram das decepções amargas lembranças
Por que faliu o humanismo e o triunfo da razão
E se mais Pessoas houvera nele em Pessoa
Para falar de coisas belas e de justos ideais
Mesmo agora que seu génio e estro mais ecoa
Há mais pessoas a se nutrirem de pecados venais
A minha pessoa não se corrompe de indiferença
Enquanto me alimento de Pessoa e bebo da poesia
de Torga, de Natália, de Sofia, e sinto a presença
De Camões, de Régio e de Almada, terei a energia
Se minha pessoa declina, se desvanece e sofre à toa
Porque se esgota a minha esperança, mas não o ideal
De vir a ser verdade a Pátria de Camões e de Pessoa
E de finalmente ser cumprido esse desejado Portugal
Oh meus 38 anos de ditadura mas de viva esperança
Pesam-me agora 36 de medíocre e injusta democracia
Que o adágio que diz que quem espera sempre alcança
Morre na garganta do povo pobre que não viu o Novo Dia
"Oh, sub-alimentados do espírito" clamava Natália, infeliz
"A poesia é para se comer", regada a bom vinho cultural
"Pergunto ao Vento que passa, notícias do meu país",
Canta Alegre. Não se cumpriu Abril nem ainda Portugal
Mas onde está essa pátria amada feita de Fraternidade
Onde a liberdade e a democracia seja mais que formal
Onde o pão da boca e do espírito alimente com equidade
E não empanturre de indigestão os vampiros de Portugal
Oh sedentos de poder, sem SER, gananciosos de capital
Ouçam os poetas e a maioria silenciosa que sofre carências
Oh gananciosos corruptos que desvirtuaram o Abril Ideal
Bebam mais de Pessoa e de outros. Políticos de indecências!
Oh pessoazinhas arrogantes, da baixa política trapaceira
Oh pessoas pequeninas, medíocres, egoístas, sem ideal
Oh profissionais dos partidos de estar na vida matreira
Oh estadistas que só promovem o vosso poder pessoal
Ocupem-se a cumprir Portugal como reclamava Pessoa
Portugal não é pobrezinho, vocês é que são pequenotes
Dos Grandes é que reza a história e, de vocês, de alma vazia,
ficará o clamor do povo, a voz da pátria magoada que ecoa!
Portugal seria bem rico se governassem sem tantos desnortes
Acreditem, senhores, nos poetas patriotas e nas lições de poesia
Pois vossos erros, desgovernos, ganâncias e egoísmos fortes
Serão as pequenezas e vilezas que lembraremos sem nostalgia.
O 25 d`Abril fez-se não para vós mas para o povo de más sortes
A quem ainda não chegaram os cravos de Abril, a flor da alegria
Carlos Morais dos Santos
Cônsul da Soc. Internac. Poetas Del Mundo
www.delasnievedaspet.com.br - www.pantanalms.tur.br - www.lunaeamigos.com.br
http://www.delasnievedaspet.com.br/embaixadora_universal_da_paz.htm
http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_america.asp?ID=600
http://grupobrasilmostratuacara.blogspot.com/
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