Meu caro Ormuz:
Emocionado, apesar da tardança do horário e, à Drummond, cansado das canseiras desta vida, em plena madrugada, acessando o seu site, eis a surpresa do Guaporé, onde se situa, teimosa e resistentemente, o Museu Nilo Pereira, ocorreram-me somente palavras de agradecimento à sua sensibilidade e a sua “eterna vigilância” em clamar/preservar o patrimônio material e imaterial do Ceará Mirim de saudosas lembranças para a família Pereira, porque, cidade mágica e por ser a Pátria espiritual do meu saudoso pai, como assim se referiu o escritor Edgar Barbosa, passou a ser também pátria de todo o seu rebento, “filhos do sol, netos da lua”.
O poema do escritor Diógenes da Cunha Lima, deveria ser editado em poster e distribuído nas escolas, ofertado, também, aos visitantes do nosso Ceará - Mirim. Conversando com a prima e escritora Lúcia Helena - arte e talento na preservação da memória de Nilo Pereira - é o que costumo ouvir da lavra intelectual dela, que, nilopereirianamente, tem sido uma intérprete da obra de papai, da identidade deste com a cidade, onde “verde nasceu no engenho Verde Nasce”.
Prezado Ormuz: muito, muitíssimo grato a esse espaço que você disponibiliza ao RN, à região Nordeste, ao Brasil e ao mundo, enfocando Nilo Pereira, o Guaporé, o Ceará Mirim.
Nesta semana, de 11 a 15 de maio, estarei em Natal, assoberbado por um evento internacional, a 20ª BNTM - Brazil National Tourism Mart -promovido pela Fundação CTI Nordeste que, há 12 anos, me tem como secretário executivo. Vou adequar a minha agenda para andar os bons caminhos do Ceará Mirim, como a refazer as inúmeras visitas feitas ao lado de Nilo, que, ao adentrar a cidade, exclamava/declamava: “esta é a ditosa pátria minha amada”, do poeta maior, Camões, no seu poema épico Os Lusíadas. Para, em seguida, ele puxar Os engenhos de minha terra, que, na primeira estrofe, dizia: “Dos engenhos de minha terra, só os nomes fazem sonhar: Esperança! Estrela d'Alva! Flôr do Bosque! Bom-Mirar!”
Além de assoberbado, a minha mulher, Elaine, vai levando o meu/nosso netário, Mariana, Marcela e Rafaela, que, na parte do lazer, já me entregaram uma programação que contempla as dunas, as falésias, passeios de bugre etc, mas ainda não se reportaram à terra do bisavô, tampouco - são crianças - à civilização do açúcar, tão inerente ao Ceará - Mirim.
Desculpe-me, Ormuz, a espichada, mas você tocou o meu coração, em cujo altar de amor e devoção, está, íntegro e integral, o meu pai.
Forte abraço
Roberto Pereira. (081 – 9272 6264)
NOTA: Pego uma carona na sensibilidade do meu primo Roberto, para informar, com viva alegria, que Diógenes declamou esse poema ao solar Guaporé, em 1994, no Teatro Alberto Maranhão, a meu convite, quando da realização do evento: "Quando Setembro Chegar".
Este ano, mandei o poema para Ceicinha Câmara que o postou em seu blog: www.nlusofonia.blogspot.com.
Vale lembrar e louvar o exercício sentimental e telúrico de Ormuz Simonetti, na preservação do patrimônio histórico do meu vale cearamirinense. Grata!
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